Título: Assassinato no Expresso Oriente
Título Original: Murder On The Orient Express
Autor: Agatha Christie
Tradução: Petrucia Finkler
Número de páginas: 272
Idioma: Português
Editora: L&PM Pocket
Ano: 2014
Gênero: Policial, Literatura estrangeira
Assassinato no Expresso Oriente foi o 19º novo livro da
autora chamada de Rainha do Crime, e foi publicado no Reino Unido em janeiro de
1934, tendo como base um caso que abalou o mundo no início do século XX. Antes
de contar qual o crime, vamos falar sobre o livro.
A narrativa começa com o famoso detetive criando por Agatha,
Hercule Poirot sendo convocado a voltar para Londres o mais rápido possível.
Ele estava em uma missão, entre a Síria e a Turquia.
Com a pressa ele precisa pegar o primeiro trem disponível,
que acaba sendo O Expresso do Oriente.
Claro, é um livro de mistério e suspense, então há a necessidade
de um assassinato. Ele ocorre no meio da viagem. Poirot é levado a investigar o
crime. Quase um experimento já que não há influência externa, possibilidade de
fugas ou mesmo a chegada de pessoas que pudessem interferir, tanto no crime
quanto na investigação.
Não li muitos livros da autora, apenas uns três no máximo,
mas o que pude notar é o quanto a estrutura narrativa dessa obra é diferente
das outras que li. Aqui, além do ambiente escolhido, um trem em movimento, há
uma apresentação mais formal dos personagens, uma colocação, não diria mais
apurada, porém mais detalhada de cada aspecto do ambiente, dos personagens, do
entorno – sim, há um entorno.
Sendo Agatha a rainha do crime, ela cria cenários, falas e
situações que levam o leitor a desconfiar de todos os personagens, ora
escolhendo um – e logo em seguida o descartando – ora tendo a certeza que o
assassino é outro personagem. A construção das personalidades leva o leitor a
não conseguir desgrudar da leitura até ter a certeza que escolheu o assassino
correto.
O assassinado não era um homem inocente, alguém de quem
possamos sentir pena e nos condoer, não que isso justifique um crime, apenas
amplia o leque de suspeitos.
Aqui voltamos para o crime real usado pela autora. Agatha
Christie fez com que o morto fosse um homem ligado ao sequestro e morte de um
bebê. Tal e qual o caso de O Bebê de Lindbergh, Charles Augustus Júnior, filho
do aviador Charles Lindbergh, a criança foi sequestrada quando tinha cerca de 1
ano e oito meses e encontrada morta dias depois, muito perto de onde foi
sequestrado.
Agatha usou em sua narrativa um crime real, que causou
comoção mundial e acabou conhecido como O Crime do Século.
Dentro de todo esse universo, os 12 suspeitos têm motivos
para matar Cassetti. O que faz com que o livro ganhe novamente a agilidade
característica da autora, já que até aqui a narrativa parecia um tanto lenta.
Para mim – uma opinião extremamente pessoal – o que torna
esse livro um dos mais interessantes da autora é a discussão ética que ela
propõe: o assassino de um homem capaz de sequestrar e matar crianças é um
criminoso?
Não são 12 os suspeitos do crime. Somos 13, porque cada
pessoa que lê torna-se também um suspeito.
Sinopse site L&PM: É perto da meia-noite quando a neve acumulada sobre os trilhos interrompe a jornada do Expresso Oriente, o mais famoso e luxuoso trem de passageiros do mundo, que liga a Ásia à Europa.
A bordo, milionários, aristocratas, empregados – e um assassino. Porém, no mesmo vagão encontra-se ninguém menos que Hercule Poirot. Caberá ao meticuloso detetive investigar todos os passageiros e descobrir a identidade do ousado criminoso. Christie propõe um fascinante enredo nos moldes do clássico subgênero do “locked room” (“mistério do quarto fechado”), em que o crime ocorre num local isolado, e a suspeita recai sobre todos os presentes. Publicado em 1934, o romance foi levado com estrondoso sucesso ao cinema pelo diretor Sidney Lumet em 1974, com Albert Finney, Lauren Bacall, Sean Connery, Jacqueline Bisset e Ingrid Bergman no elenco – até hoje uma das mais aclamadas adaptações jamais feitas de um clássico da literatura de mistério.
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