Título: A Estrangeira (O
Quarteto do Norte #1)
Autor: Chirlei Wandekoken
Editora: Pedrazul Editora
Idioma: português
Páginas: 386 (e-book)
Ano: 2017
Como é dito na sinopse, a autora alterna entre
duas tramas diferentes: uma no século XIX, outra cerca de 400 anos antes.
A história de Eliza se passa no século XIX e está
cercada de mistérios. Pelas dicas da autora, desde o início da narrativa, é
possível ter uma noção do que aconteceu no passado dessa jovem de beleza
estonteante, mas, mesmo assim, fica aquela apreensão gostosa que nos faz querer
continuar a leitura.
Como se não bastasse seu passado obscuro, daqueles com quem ela esperava contar não há sequer a sombra. Desamparada, sem alternativa, a jovem se vê
obrigada a aceitar a proteção de um conde, enquanto este é impelido a resguardá-la,
por uma questão de fidelidade ao amigo de seu falecido pai, tio de Eliza.
A história é bem intrincada, cheia de ramificações
e em certos momentos aflige, pela forma como os detalhes complicam cada vez
mais a vida dos mocinhos. Há relações entre um passado relativamente recente e
a vida atual da jovem protagonista, assim como a influência de uma história
muito antiga em suas ações futuras. Essas duas vertentes, além do fato de o
mocinho estar prometido a outra mulher e da diferença de classe entre ele e
Eliza, compõem o abismo que os separa.
Deu para sentir o drama? Pois é, essa confusão
toda é explicada em boa parte através de cartas remetidas no passado — principalmente
pela protagonista, sua tia e sua mãe — e que a autora solta em doses homeopáticas,
para desespero do leitor, que é obrigado a presumir e especular as inúmeras
possibilidades.
Gostei bastante da forma como o desvendar do
mistério se dá, mas preciso dizer que houve a repetição — a meu ver desnecessária
— de alguns fatos, que, depois de serem lidos nas cartas por algum personagem
na trama, foram novamente relatados a outro. Quanto ao detalhe que mencionei logo no início, a
narrativa alternada, tenho que dizer que não me agradou. Apesar de as duas
histórias serem boas, quando eu começava a ficar instigada com uma, era
obrigada a ler a outra e assim sucessivamente. Considerei essa alternância
desnecessária e desestimulante; preferia ter lido uma história de cada vez,
mesmo com a grande coincidência que há entre elas.
Tirando esses dois detalhes que me incomodaram um
pouco, a história é muito boa e conduz a picos de emoção. Bem escrita, bem
ambientada, povoada por personalidades instigantes e com cenas arrebatadoras.
De quebra, há um assunto polêmico cuja abordagem pode gerar bastante discussão,
mas, como não foi diretamente mencionado na sinopse, prefiro deixar para que o
leitor leia diretamente no livro.
Até a próxima!
Sinopse do Skoob: Na primeira metade do século XIX, Eliza se viu sozinha em uma terora tomada por facções rivais. Sem meios, à mercê de abusos, ela aceita se casar sem amor com um aristocrata e capitão do exército da Prússia, Joseph Dahmann. Porém, no dia do casamento, Joseph foi tirado do altar por soldados da facção austríaca, liderada pelo seu próprio irmão, o coronel Heinz Dahmann. Forçada pelo cunhado a viver em um cativeiro, assediada dia e noite, ela foge para a Inglaterra à procura de seus parentes. Mas, quando chega à Inglaterra, nada era como ela esperava. Não havia tia, nem tio e nem primos à sua espera. Somente uma velha cabana vazia na qual ela tiritava de frio. Em Londres, o nono conde de Northumberland, ou conde Hotspur como era conhecido, é chamado de volta a Alnwick Castle, no extremo norte da Inglaterra, pois o escudeiro de seu falecido pai havia morrido, e na cabana do velho rendeiro, uma estrangeira havia chegado.
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