Título
no Brasil: Divino Tormento
Título Original: UNCOMMON VOWS
Autor: Mary Jo Putney
Autor: Mary Jo Putney
Tradução: Arthur Max Rodrigues de Oliveira
Editora: Nova Cultural
Idioma: Português
Idioma: Português
Ano: 2011
Páginas: 296
Olá, pessoal!
Minha resenha hoje é
sobre um romance daqueles “ame ou odeie”.
Começando pelo
contexto, a história se passa no século XII d. C., na Inglaterra, em um período denominado
Anarquia. À época, os nobres se dividem entre apoiar o Rei Estêvão de Blois e a
Imperatriz Matilda, a qual reivindicava o trono, e como consequência o país é
assolado pela guerra civil. A autora faz duas notas, uma no início e outra no
final do livro, bastante esclarecedoras sobre o contexto histórico e político do
período, mas eu não diria que se trata de romance histórico.
Apesar de bem coerente
com o contexto da época e deste justificar as ações de alguns personagens, não há
menção a fatos históricos na trama propriamente dita e aquelas de cunho
político presentes no texto são bem superficiais. Eu o classificaria, então,
como um romance de época.
Você deve estar se
perguntando: o que há, então, de importante no contexto? O leitor verá, caso se
arrisque a ler, que é justamente o contexto político que levará a mocinha, Lady
Meriel de Vere, a tomar certas atitudes que serão determinantes de seu
destino.
Além de uma verdadeira
aula de história, como curiosidade, vale a pena mencionar que o romance é
também uma lição de Falcoaria. Apesar de esse “esporte aristocrático” ser comumente
abordado em romances dessa natureza, eu nunca havia lido um que trouxesse tantas
informações e ainda tão detalhadas a esse respeito, sobre como era praticado na
época. Adorei conhecer um pouco mais sobre essa arte, Patrimônio Cultural
Imaterial da UNESCO desde 2010.
Quem lê minhas
resenhas, sabe que gosto de destacar os pontos que considero mais interessantes;
aqui eu darei especial atenção às personalidades dos protagonistas,
principalmente do mocinho, que, assim como o contexto histórico, é bastante
dual.
Desde que ele era
criança, notando o lado selvagem de sua personalidade, a família de Adrian
tratou de encucar nele rígidos princípios religiosos. Obedecendo ao conselho da
mãe, ele ingressa como noviço em uma ordem religiosa cisterciense, uma das mais
rígidas da época.
Aos quinze anos, antes
de fazer os votos, Adrian recebe a notícia de que sua família foi dizimada e é
obrigado a deixar a ordem monástica para assumir sua herança. Ao deixar o
monastério, no entanto, promete, perante o maior símbolo do cristianismo,
vingança àquele que matou toda a sua família e é nesse momento que se inicia o
processo de distanciamento da vida espiritual. Como resultado, temos um mocinho
cuja alma está em constante conflito com o espírito; uma personalidade complexa,
senão ambígua; uma alma atormentada pela culpa e pelo desejo.
A mocinha, por sua vez,
apesar de ser um espírito livre, também vive muitos anos em uma instituição
religiosa. Ela, porém, deixa o convento, também antes de fazer os votos, por
vontade própria, ao perceber que não tem vocação para a vida de privações de
uma freira.
Doze anos depois de
deixar o monastério, Adrian é um poderoso lorde e um guerreiro sem igual. Ao
conhecer Meriel, toda vontade de seu espírito é subjugada pela da “carne”, e é
quando o leitor terá que decidir entre amá-lo ou odiá-lo, pois seu
comportamento será abominável.
Eu, pessoalmente, não
sou adepta de histórias onde os personagens justificam seus erros em
sofrimentos do passado, muito menos de se “romantizar” certos comportamentos.
Mas, em “Divino Tormento”, compreendi que se trata de um conflito psicológico
do qual pessoas muito religiosas, obrigadas a confrontar as “tentações”
mundanas, devem viver com frequência. Além disso, o mocinho não se justifica,
ao contrário, ele se culpa e aceita com resignação as consequências de seus
erros e até se autoflagela; algo que não se espera de um poderoso lorde da
época em questão.
Chegaremos ao momento da
redenção? Talvez...
Mais que isso, caros
leitores, não posso contar... Só lendo mesmo para decidir se a leitura é um “tormento”
que vale a pena ou não. Eu, pessoalmente, apesar de querer matar tanto mocinha
quanto mocinho, e também a autora (desculpe, Putney, rsrsr), gostei muito do
livro. A leitura me prendeu do início ao
fim.
SINOPSE: Lorde Adrian, conde de Shropshire, sabia que lady Meriel de Vere o estava enganando. Majestosa na floresta real, com seu falcão pousado no braço, ela corajosamente proclamava ser uma plebeia galesa, e não uma nobre normanda.
Adrian, contudo, contemplou extasiado os cabelos negros como as asas de um corvo e os desafiadores olhos azuis, ouviu suas mentiras, e sentiu uma paixão intensa e primitiva roubar-lhe todo o bom-senso...Em um irrevogável lance do destino, Adrian deu ordens para que aquela beldade fosse trancafiada na torre de seu castelo, jurando que iria seduzi-la até que ela lhe contasse a verdade e se entregasse a ele, com beijos tão sequiosos quanto os seus...Meriel, porém, jamais cederia. Morreria se preciso fosse... Esse foi o seu juramento... Até que um inesperado arroubo de impetuosidade envolve Adrian e Meriel numa rede de tormentos que poderá pôr em risco o mais sublime dos amores...
Heiii, tudo bem?
ResponderExcluirAdoro livros que são ame ou odeie, hehehe...ainda mais que sempre fico na turma do ame!
Esse livro é novo pra mim, ainda nao tinha lido nada a respeito e já gostei do que vc apresentou sobre ele.
Gosto de historias que se passam em outra epoca com outra cultura.
A capa eu ja acho que deixou a desejar, poderia ser melhor, mas a editora é menor, entao vamos relevar isso.
Adorei a resenha.
Beijos.
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Oie!
ResponderExcluirEu ainda não li nenhum livro da autora, mas tenho curiosidade. Tenho dois livros dela aqui em casa, mas ainda não deu.
Vou anotar essa dica para poder conferir futuramente.
Gostei do que apontou na sua resenha.
Bjks!
Histórias sem Fim
Oi, Deh
ResponderExcluirAdorei a resenha, ainda não conhecia o livro.
Primeiramente gosto de livros que tragam um pouco de História. Gostei do fato de os personagens terem que amadurecer seus sentimentos. As pessoas às vezes fazem uma comparação tão estranha em questões religiosas. Gostaria de ver como essa questão foi trabalhada com os personagens. Gostei da dica.
Livros, vamos devorá-los
Eu já vi livros da autora, mas não me lembro de ter algum dela na minha coleção. Provavelmente também seria do time que iria detestar o protagonista, mesmo com as informações oferecidas de background para nortear o comportamento dele. Vou pesquisar mais e, se encontrar, talvez leio para estabelecer a minha opinião. Abraços!
ResponderExcluirOii Deh, tudo bem? Não conhecia esse livro e adorei ler sobre ele por aqui. Eu gosto de romances época e gostei muito da premissa desse. Eu provavelmente teria inúmeros problemas com os mocinhos da história, mas acho que daria sim uma chance a leitura, caso tiver a oportunidade. Ótimo post!!
ResponderExcluirBeijos
Ola lindona dessa vez o livro não me chamou tanta atenção no momento, sua resenha ficou ótima e sendo um romance de época vou ler com mais calma em outro hora. O que me chamou atenção foi ela viver em um convento muitos anos, creio que será interessante. beijos
ResponderExcluirJoyce
Livros Encantos
Olha, fiquei curiosíssima! Agora não vou ficar quieta enquanto não ler. Obrigada pela dica! Beijos :*
ResponderExcluirOlá Deh,
ResponderExcluirAchei muito legal a forma na qual você escolheu para resenhar o livro em questão. Mesmo não sendo muito o meu estilo de leitura, achei interessante principalmente pelo destaque do livro na sua opinião ser a personalidade das personagens.
Anotei a dica.
beijos
Livros & Tal