Uma aula de história
Vocês estavam com saudades das receitinhas da tia Bebel, né?! Bom, eu estava com uma saudade danada de mostrar pratos diferentes e curiosos que podem ser encontrados nos “romances nossos do dia a dia”.
Título da obra: Mulato Velho
Nome da editora: Raízes da América
Ano da publicação: 2015
Número de páginas: 104
Vocês estavam com saudades das receitinhas da tia Bebel, né?! Bom, eu estava com uma saudade danada de mostrar pratos diferentes e curiosos que podem ser encontrados nos “romances nossos do dia a dia”.
Hoje a receita é um pouco
diferente. Primeiro porque é 100% nacional. Segundo porque antes da receita vou
falar um pouco sobre o livro.
Mas qual é o livro Bebel?
O livro (e a receita) é Mulato
Velho, da Michelle Paranhos. Desculpa Michelle, não darei a “sua” receita.
Sobre o livro. Mulato Velho é um
pequeno resgate das lendas, tradições e folclores que guiaram nossa nação. Digo
pequeno porque tem pouco mais de 100 páginas e eu li em uma viagem de ônibus,
indo da minha cidade para o Rio de Janeiro, pouco menos de duas horas de viagem.
Boa parte do livro é narrado por
Roberto, um turismólogo, que leva o leitor de volta no tempo, em uma viagem de
magia, sabedoria e descobertas do nosso passado de Brasil Colônia, enfatizando
o lado lúdico, mas sem deixar de lado as mazelas como preconceito racial e
discriminação feminina. Ele narra as histórias de Bobo, um mulato que morava em
uma ilha próxima a fictícia cidade de Amarílis
Uma leitura que flui de maneira
graciosa e rápida, um livro que deveria ser recomendado em escolas. Só um
pequeno conselho para a autora, antes da próxima edição, revise novamente o
livro, ele tem alguns errinhos bobos de revisão que podem irritar os mais
chatos. Tirando isso, eu super recomendo o livro. Além de diversão, é uma aula
de história.
Agora minha receita.
Primeiro vamos preparar o mulato
velho. Para essa parte vocês vão precisar de um bagre grande, curtido no sol
grosso. Sim, pode ser qualquer outro peixe que tenha pele, porque é ela que
“segura” a carne do peixe.
Em um tabuleiro, forrado com papel
manteiga coloque uma camada de sal grosso no fundo, ajeite o peixe aberto e
limpo, sem a cabeça e cubra com mais sal grosso.
Por que o papel manteiga? Porque
não gosto de deixar o sal em contato com o metal. Quando essa receita era feita
aqui em casa, vovó usava uma panela de barro.
Voltando. Deixe o peixe no sal
grosso de um dia para o outro, ele vai “suar”, na verdade ele desidrata. Retire
o excesso de água. Agora vem a parte chata e trabalhosa. Amarre o bicho pelo
rabo e pendure ao sol, protegido para evitar que moscas pousem. Faça isso por
uns três meses.
Mulato Velho
Ingredientes:
1 bagre grande salgado e sem cabeça
cortado em postas
5 batatas grandes cortadas em
rodelas
5 dentes grandes de alho amassados
2 cebolas picadas grosseiramente
2 tomates picados sem pele e sem
sementes
3 colheres de azeite extra virgem
4 colheres de extrato de tomate
Coentro picado (caso goste, aqui em
casa ninguém come)
1 vidro de 250ml de leite de coco
Sal, só para acertar (caso seja necessário)
Modo de preparo:
Dessalgue o bagre, como faz com
bacalhau.
Refogue o alho e as cebolas no
azeite, acrescente os tomates, cuidando para não dar água. Junte as postas de
bagre, as batatas, o molho de tomate e dois copos de água. Cozinhe em fogo
baixo por cerca de 30 minutos, se precisar, acrescente mais água durante esse
tempo. Quando as batatas estiverem macias junte o leite de coco e o coentro.
Mataram as saudades? Ótimo, mês que vem eu volto com outra receitinha!
Adorei a sua criatividade. Adoro peixe mas não lembro de ter comido bagre na vida.
ResponderExcluirE gostei do livro, acho que precisamos de mais livros que tragam nosso folclore ♥
Beijinhos, Helana ♥
In The Sky, Blog / Facebook In The Sky
Oi Helana, também acho que precisamos descobrir esses autores e histórias. Temos uma riqueza de tradição oral não aproveitada para criar histórias e livros.
ExcluirObrigada pela visita
Que post criativo =D amei essa mistura de resenha com receita, muito bacana.Eu já conhecia o livro mais ainda não li. Gostei de ver sua opinião sobre a obra e ainda mais em ver que você indica para escolas. Sobre a receita.... eu detesto peixe rsrsrs mas para quem gosta, perece uma boa pedida
ResponderExcluirOi Beatriz, é uma maneira diferente de ensinar história e literatura. Acho que é válido usar esse tipo de recurso sim e o livro é bem escrito, mais um ponto a ser considerado.
ExcluirOi, gosto muito de peixe, mas ainda não comi nenhuma receita que tenha bagre, e sinceramente, esse é um peixe qu eu não tenho vontade de comer.
ResponderExcluirhttp://mysecretworldbells.blogspot.com.br/
Ele não é nobre como o salmão, mas é mais saboroso.
ExcluirOiee
ResponderExcluirQue gostoso esse post!!! Eu não conhecia o livro, mas interessou, gosto de história, lendas e tradições.
Gostei muito da receita e como adoro peixe, vou testar essa.
Achei o post bem criativo, faça mais assim.
bjs
Fernanda
http://pacoteliterario.blogspot.com.br/
Oi Fernanda, depois dá uma fuçada no blog, tem várias receitas ligadas a livros. Espero que se divirta com algumas delas!
ExcluirOie, achei bem interessante a ideia do livro e vou tentar ler no futuro
ResponderExcluirBeijos da Fê
As Catarina´s / Fanpage / Instagram
olá Fê,
Excluirlegal que gostou do livro, a autora ficará muito feliz.
Que post criativo! Muito legal!!
ResponderExcluirEu gosto de cozinhar, mas não me arrisco muito! A dificuldade da receita está em encontrar o bagre salgado assim, eu nunca procurei! E para fazer, bom, em ap não dá rsrs
Quanto ao livro, achei interessante, não o que costumo ler, mas sempre que tem história envolvida, eu acho legal e válido!
Bjus
Blog Fundo Falso
Oi Andréa,
Excluirobrigada pela visita.
Realmente morando em apartamento fica complicado. Mas o bagre salgado era usado para substituir o bacalhau, comida dos donos dos escravos... Então qualquer receita com bacalhau tem o mesmo princípio.
Beijos...
Oiiie
ResponderExcluirbem legal sua resenha, não conhecia o livro mas a capa é lindinha e o tema bem interessante, vou anotar a dica
Beijos
http://realityofbooks.blogspot.com.br/
Olá Catharina, vale a pena sim. Além de ser uma maneira bem lúdica de aprender um pouco mais sobre a história do nosso país.
ExcluirUma felicidade encontrar referências da cultura da roça e outros nós caipiras repentinamente...
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